quarta-feira, 7 de julho de 2010

non, je ne regrette rien

Numa despretensiosa tarde de sol, você me apareceu.
Surgimos diante a sociedade um tanto indiferente as nossas preferências. E nada tínhamos de especial.
Até cruzarmos o olhar. E ali naquele canto apertado, pequeno sufocado por outrem, fui contrária a sua partida.
Insuspeitada.
Recebi um sinal. Em disparada atendi seu pedido. Aceitei andar sobre cordas, brincar de "paixonite", após inúmeras tentativas. Não neguei meu apreço, desde o primeiro minuto.
Os fatos, a vida obrigou-me a ficar perto, e não teria paz se ficasse longe.
Eu te queria, como você me queria.
Nos devoraríamos.
Ousamos.
Singelos momentos, enfim um carinho desejado.
Você? Me empolgou, me alegrou, deixou minha face rubra de blush e de timidez com suas frases de efeito.
Encantada com sua filosofia, seu sorriso.
Era lindo a forma como surgia em meu dia, assim como a voz de Chico terminava " pedaço de mim" e sem sentir o player iniciava outra canção, agora Caetano, suave "felicidade foi embora".
Invadiu, ocupou todas as brechas, tornou-se parte em mim.
Nossa insanidade era compreendida.
Respeitávamos nossos limites.
Aceitávamos nossos domínios.
Como conseguimos com ego arranha-céu, ? Seu, meu.
Tudo rapidamente incrível.
Havia segurança.
Dormíamos tranquilos.
Era doce.
Até o amargor de uma conversa inacabada.
De um pedido mal elaborado.
De uma intenção fraca, sem poder de convencimento.
De uma resposta na garganta querendo sair e não encontrando espaço.
De um sim que ficou no coração por que você não quis ouvir.
Cedo, compreendi seu discurso.
Simples é jogar a culpa sob quem não tem tempo para defesas.
E culpa de que? Oras, culpada por que te quis muito.
Condenada então.
Contudo, estou limpa.
Minha consciência sabe, eu quis ser sua garota.
A sua conduta, jovem, foi de alto risco.
Eis o preço.
Ficamos aqui?
Iremos ? Não sei.
Estou guardando o bom que me deu; para além quem sabe ...
...seja eterno enquanto dure.
Mais tarde na vitrola...
"Like a Rolling Stones", saudosista ouvirei.
                                                                                    
                                                                      Et le temps perdu a savoir comment
                                                                                    oublier ces heures qui tuaient parfois a coups de pourquoi.

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