
Hoje me olhei no espelho e não me encontrei. Desarranjei cabelos, rasguei minha roupa, na esperança desse certo ser, desse ser certo, não ser eu. E ainda sobrei abarrotada em dúvidas. Corri em disparada, até não sobrar ar e sem ao menos saber para onde, se não sei nada do "onde", de onde vim? Logo vi que sabia parar. Quando me falta o ar paro. Tenho voraz sede de aparentes soluções. Enfatizo, que o meu organismo e todo o emaranhado de coisas em volta, longe, distante, de mim; não aceita mais teoria. Na busca do ser eu, me perco em palavras e diante você; remédio sem rótulo, por favor. Sei o tanto de mim em notar a ausência de qualquer manual com explicativos. Ninguém ousaria tanto. Contudo, fermenta em meu amâgo, o repúdio de uma intolerância a artifícios em tudo aquilo que se explica banal, e estupidamente em alguns artigos. O palpável, incontestável mundo. Lugar negro de difícil adaptação. Vim do inabitado? Desci, subi escadas de apelo. Sofrendo a angústia do sentir, do irreal por rondar a mente, na busca do imaterial. Por que tudo é matéria, eu ,inclusive. Não quero me suportar então. Mas tenho sido obrigada a aceitar, por puro respeito a mim. E ainda condenada pelo absurdo, diferente que tenho. Com relógios jogados fora. Num ritmo longe do mundo, em que o tempo é o mesmo a todos. De certo, compreensão seria demais. Abssolvida, após traumáticas torturas, más válidas. Orgulho em cicatrizes de dignidade. Por tudo, estranhe, respeite. Apenas, sou triste demais para rir, e feliz demais para chorar.
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