Escorre um sangue negro dos olhos tristes, ingênuos de amendoas doce. Transparece uma clareza na mesma proporção de uma enorme falta de lucidez, por tanto sonhar. É passível; sob sua pele jovem, um perfume enigmático de amor. E seus pensamentos flutuam em conjunto com as nuvens, mais parece do tamanho do céu; com ídéias que não tem mais fim. Aprendeu a brincar, por tantas vezes foi brincadeira. Por muitas, sentiu-se parte do jogo de alguém. Há muito constatou seriedade, entretanto ao final, por traz de sua sombra e de um pensamento silencioso é o riso que ouvira; o mais sarcástico. Repetidos os caminhos, esmagou todas as pedras, tal como manadas. Sem suspeitar que deixava-o trafegável, para mais adiante. Ainda quebra pedras. Pobre menina. Indagada sobre sua vida, diz ser carvo sem cor. Filho sem amor. Todavia, flor inofensiva; os espinhos já todos cravados em si. No entanto, uma vez na boca, seu sabor amarga tal como féu. Não oferece riscos, exceto aos abusos. A dor nada tem haver com mel. Sua possível agressividade é dada na intolerância com algumas coisas estabelecidas. Já que não se enquadra. Nesse mundo de tantos, de tudo; moldura certa, não houve que lhe coubesse. Desistiu do homogênio. Decidiu, que não é, apenas faz parte. Pedaço do que muda todo dia em seu espelho, e em poucos, que conseguiram enxergar. Metamorfose de sentidos. Muito além de pêlos, cabelo, umbigo. Uma vida prestes a inexistir. Um registro de que esta vida aconteceu. A irrefutável prova do gosto e gesto ímpar, singular; do individual. Por que só ela sabe o sabor do que acredita ser maça, e não é o seu.
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