quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Um pouco mais



Escorre um sangue negro dos olhos tristes, ingênuos de amendoas doce. Transparece uma clareza na mesma proporção de uma enorme falta de lucidez, por tanto sonhar. É passível; sob sua pele jovem, um perfume enigmático de amor. E seus pensamentos flutuam em conjunto com as nuvens, mais parece do tamanho do céu; com ídéias que não tem mais fim. Aprendeu a brincar, por tantas vezes foi brincadeira. Por muitas,  sentiu-se parte do jogo de alguém. Há muito constatou seriedade, entretanto ao final, por traz de sua sombra e de um pensamento silencioso é o riso que ouvira; o mais sarcástico. Repetidos os caminhos, esmagou todas as pedras, tal como manadas. Sem suspeitar que deixava-o trafegável, para mais adiante. Ainda quebra pedras. Pobre menina. Indagada sobre sua vida, diz ser carvo sem cor. Filho sem amor. Todavia, flor inofensiva; os espinhos já todos cravados em si. No entanto, uma vez na boca, seu sabor amarga tal como féu. Não oferece riscos, exceto aos abusos. A dor nada tem haver com mel. Sua possível agressividade é dada na intolerância com algumas coisas estabelecidas. Já que não se enquadra. Nesse mundo de tantos, de tudo; moldura certa, não houve que lhe coubesse. Desistiu do homogênio. Decidiu, que não é, apenas faz parte. Pedaço do que muda todo dia em seu espelho, e em poucos, que conseguiram enxergar. Metamorfose de sentidos. Muito além de pêlos, cabelo, umbigo. Uma vida prestes a inexistir. Um registro de que esta vida aconteceu. A irrefutável prova do gosto e gesto ímpar, singular; do individual. Por que só ela sabe o sabor do que acredita ser maça, e não é o seu.

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