
Memória
Amar o perdido deixa confundido este coração.
Nada pode o olvido contra o sem sentido apelo do Não.
As coisas tangíveis tornam-se insensíveis à palma da mão
Mas as coisas findas muito mais que lindas,essas ficarão.
Ouço badalos em som fino, seco. Sim, relógio do tempo; já sei que as horas se passam e que as coisas não voltam desconsiderando toda uma lembrança saudosista. Vi que meus olhos e os seus não são os mesmo, e não é o amargor da dor, esta já esquecida; embora, com muito custo. São as fissuras que os minutos e segundos que passaram fizeram no nosso amor, e é amor? Pois sim, se não te esqueci em um só momento, más não entrego nem pensamento. Não há feridas, mas muitas marcas que estas o vento não leva. Rasuras infímias; todavia, criaram o imperfeito real das coisas, e dotados de sonhos como estávamos, nem de longe lidaríamos com a quebrada realidade. De fato, sempre notei uma certa, tamanha, dificuldade com o desmoronar. Verdadeiros castelos no chão, eis nosso amor. Um estranho apreço pelo infundável; olhos brilhantes por sonhos, um desejo infindo pelo longíquo. Contudo, éramos imperdíveis um para o outro, e aí do tão somente puro amor nos afastamos. Em busca do que ainda não foi criado, deixamo-nos em uma esquina qualquer. Escrevo em memória do amor que tive e que nunca deixou de exixtir. Por vezes renegado. Afim de ópio ao coração. Lembranças de porta-retrato, restadas em mente. Por fim; apenas saiba; perdoei seu medo que atrapalhou, afetou, me apagou por um longo tempo. Na ausência, mágoa é o que menos parece fazer sentido.
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