domingo, 17 de janeiro de 2010

Sem surpresas


Nem um passo.
Fique exatamente onde esta.
Já é deveras difícil te olhar, avalie respirar teu cheiro.
Pare.
Não se aproxime.
Não encoste.
Embora eu saiba que terminaremos no mesmo lugar,
Há em voçê um desvio de caráter;
Uma facilidade em fingir e esboçar sentir, que me inoja e nos distancia amplamente.
Não que eu seja grande coisa, você que é pequeno demais.
Não fosse minha boa visão e um pouco de sorte em você, jamais o teria enxergado, acredite.
Hoje, vejo macroscopicamente a sua pequinez.
Contudo, guardarei as náuseas para dissabores mais dignos. 

"E de qualquer forma, às cegas, às tontas,
tenho feito o que acredito,

do jeito talvez torto
que sei fazer."

Caio Fernando Abreu

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